A BALEIA

Paixão pelo ofício e pela natureza

Todos sabem que sempre gostei de trabalhos manuais, principalmente com madeira. Quando eu era criança, havia uma serraria próximo de casa, passei muito tempo da minha infância lá, catando os pedaços de madeira descartadas pelos marceneiros, para construir qualquer coisa que a minha mente, habilidades e quase nenhuma ferramenta permitiam. Com o passar do tempo fui melhorando as habilidades e adquirindo novas ferramentas, ao mesmo tempo que me envolvia com questões ambientais, fotografia de natureza e uma vida acadêmica na Biologia.

Muitas coisas mudaram de lá pra cá, mas o meu compromisso com o meio ambiente e o enorme prazer em lidar com madeira, construir coisas e ver a matéria bruta ser revelada em belos objetos, isso jamais mudou, pelo contrário, quanto mais aprendia, mais me envolvia. 

Mas foi só em 2013, aos 21 anos, quando me encontrei pela primeira vez com o Mar, que um mundo inteiro de novas ideias surgiu. Não sei se passa o mesmo para muitas outras pessoas, mas nascer na Amazônia, cercado pela floresta e absolutamente distante de uma ideia concreta do que seria o oceano, me fazia acreditar que jamais o veria ou mesmo me ligaria ao ambiente marinho, no entanto, quando finalmente o encontrei, foi como voltar para casa. Todos aqueles que já passaram muito tempo longe de casa conhecem esse sentimento.

E aqui meus amigos,  cabe algo que venho pensando desde aquela época: Somos todos do mar. Parece uma conexão improvável aqueles que, assim como eu, nasceram bem no meio do continente, no meio da Amazônia. Mas nós também temos as nossas reivindicações históricas e ancestrais, e começamos pela mais improvável: Toda a Amazônia era Mar.

Sim! Nascemos no meio do que antes era parte de um grande oceano e agora é um imenso mar de floresta. Ainda podemos ver alguns de seus habitantes originais: botos, arraias, peixe-bois…

Depois temos uma ligação direta com os povos originais. Embora hajam muitas tribos distintas, que vão do oceano pacífico ao oceano atlântico, todas faziam (e ainda fazem) parte do mesmo povo, com relatos e lendas de grandes navegações, partindo das mais secretas entranhas da floresta ao mais vasto oceano, surfando em suas rústicas embarcações pela pororoca e chegando até os mares do sul do Brasil.

E não podemos esquecer, claro, de todo o nosso histórico de colonização europeia, homens e mulheres que cruzaram os mares e trouxeram consigo uma vasta tradição marítima. E até mesmo na história moderna de divisão geopolítica do território do Brasil, ainda temos o nosso litoral norte aqui na Amazônia. Embora acabe sendo ofuscado pela merecida atenção dada à floresta.

E para fechar e dar inveja a todos os surfistas do mundo, é daqui que sai a maior onda no mundo. Uma onda de água doce tão longa que ultrapassa os dez quilômetros de comprimento, empurra o mar por cerca de 400 km: a Pororoca.

Acho que esse foi o meu caminho, encontrei e me apaixonei pelo mar, pelo universo marinho. E isso completou a tríade (Marcenaria, Sustentabilidade, #CulturaDePraia) que direciona as minhas ações e meu sentido de dever e propósito: um negócio sustentável e artesanal, feito em madeira e inspirado pela natureza marinha e selvagem.

Não, não foi como uma virada de chave instantânea, acho que as coisas que realmente ficam, levam tempo para serem construídas e quando acontece dentro de nós, chamamos de maturidade. Quase 10 anos se passaram até aqui, e nesse meio tempo pude trazer à luz diversos projetos que nasceram, cresceram e morreram. Eles fazem parte da minha história e cumpriram seu papel como caminho para que a Moby Wood nascesse. 

Phillip Klauvin | Fundador

Moby Wood ou “A Marca”

“Todo Rio sempre corre para o Mar”

Não poderia dizer o que é a Moby Wood® sem falar do desejo inexplicável que alguns (ou todos nós) temos pelo mar. 

Naturalmente o nome da marca tem origem na baleia mais famosa da literatura de todos os tempos, a Moby Dick. E embora tudo nesse pequeno símbolo tenha um porquê, é no que não sei explicar que encontramos a verdadeira essência.

Quando abrimos o livro, logo no primeiro capítulo nos deparamos com uma passagem sobre esse desejo profundo pelo mar, é a descrição mais precisa que já encontrei sobre esse enigmático sentimento, algo que jamais conseguiria descrever, um desejo alheio ao local em que nascemos ou grau de conhecimento que temos sobre o assunto.

Sei lá, parece que foi assim… o nome veio e se encaixou com tanta naturalidade que às vezes duvido ter sido uma escolha. Em Moby Dick encontrei os valores e símbolos universais que reconhecemos nas marcas vigorosas, assim como aqueles que carrego comigo e que se entrelaçam com a minha própria experiência.

Além da conexão singular com o mar, a vontade de criar um negócio e provar que fazer o certo é uma questão de escolha, conecta a marca diretamente ao texto. De modo que mesmo antes de ler a história na íntegra, Moby Dick me passava a ideia de implacabilidade e triunfo da natureza sobre a obsessão humana, talvez esse seja o lado denso e profundo da marca, cuja mensagem central é: Ao tentar destruir a natureza, destruiremos a nós mesmos.

Pode parecer radical, mas sempre que posso, reafirmo:  qualquer negócio que nasceu neste século sem a responsabilidade socioambiental no topo das prioridades, nem deveria existir. Assim, é claro, como aqueles que nasceram antes, e mesmo com tudo que já sabemos, seguem sem dar a mínima importância.

Porém, até mesmo o oceano mais profundo e sombrio tem seus recifes coloridos, vívidos e luminosos. Aqui na Moby esse lado de luz, vida e aventura, chamamos de: Cultura de Praia.

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#CulturaDePraia é o nosso verão astral, é a nossa superfície de contato. A nossa pele! É onde exaltamos as boas memórias que temos e aquelas que queremos criar. É nesse universo que estão os nossos amigos e aquelas épicas aventuras de fim de semana. É aqui que estão os passeios de barco com camping, fogueira e viola. É nesse universo que tem a remada no Gigante, surfe na Pororoca e o long no litoral sul… É Aqui que tem a trilha pra cachu, um skate no fim do dia e aquele sonho maluco de navegar pelo mundo. 

É como dizem por aí: o corpo só pede o que a nossa alma deseja. E o nosso desejo é de viagens, aventuras e memórias reais.